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segunda-feira, 4 de março de 2013

Homens que se foram...

Falar da perda seria o ideal mas ninguém gosta de tocar no assunto.
Dói só de pensar na falta que o Outro faz.
Esses homens que deixaram uma memória, uma lembrança e um filho.
Tive a sorte de conviver com dois desses homens que me deixaram por herança, filhos que se tornaram pais dos meus filhos.
O primeiro foi um pai para mim e me trouxe muitas lições e muitas histórias. Gosto de lembrar dele com humor, carinho e gratidão.
O outro foi-se recentemente e deixou uma marca mais serena...não sei explicar. Eu o chamava de pai.
Ele falava baixo e manso...era curvadinho e gostava quando eu o ouvia atentamente.
Ele dava chocolate escondido para os meus filhos que imediatamente o adotaram como vô.
Ele dava sapatinhos e fraldas para a netinha que eu tive a alegria de lhe dar.
Ele era silencioso mas estava sempre lá.
Acho que ele achava que meu único defeito era amar o filho dele.
Além de inúmeros agradecimentos que eu poderia fazer á ele, fica a oportunidade de ser uma pessoa melhor, de ter sido acolhida naquela casa e naquela família, sabendo que precisava comer salada ou ele faria um pequeno discurso sobre a importância de se comer legumes e verduras.
Fica o muito obrigada pelo carinho e pela consideração que ele sempre teve por mim.
E pai, obrigada pelo filho que o senhor deixou. Ele foi guerreiro, ele foi humano, ele foi menino. No fundo ele só queria a aprovação desse pai...e eu sei, que de onde o senhor estiver, vai poder abraçá-lo e reconhecer que no fundo daquela alma inquieta existe um filho, amado e que ama. Eu o amo. E te amo também.

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